quarta-feira, 14 de outubro de 2009

[Esclarecimento]

Olá galera! Tudo bem?

Estou passando aqui para avisar que não vou postar por hora nesse blog, estou contando uma história em outro, no www.bloodycircle.blogspot.com. Fiquem à vontade para dar uma passadinha lá! Beijo.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

[Capítulo Final] Escolhas

Estavamos frente à porta quando Mei me entregou a TPM dela e disse: "Você irá fazer mais bem uso dela do que eu, não consigo mirar direito e não pretendo matar vocês". Checamos nossas munições, haviam 12 balas de TPM, 4 de shotgun e meia caixa de handgun. Estaríamos com problemas caso encontrassemos com aquela criatura novamente, alias, mesmo uma horda de mortos poderia nos dizimar facilmente. Não queria pensar nessas hipóteses agora, de que adiantaria ficar trancada em uma sala enquando o virus se apodera de meu organismo?

Abri a porta com força e empurrei cerca de meia dúzia de mortos ao chão, Kevin estava ao meu lado com a shotgun apontada, queria acertar o maior número possível de zumbis para abrir caminho e correr. Kevin disparou e vários mortos foram arremessados, ainda havia muitos, seria possível sobreviver? Mei respondeu minha pergunta apoiando-se em nossos ombros e jogando-se contra os mortos em uma voadora que abriu o caminho.

- Acho que ainda tenho força para isso - Disse dando um sorriso. Seus olhos estavam de um amarelo-avermelhado e olheiras negras apoderavam-se dela.

Kevin deu mais um disparo abrindo caminho entre a legião e corremos escadas acima onde possivelmente deixara cair a maleta com o antivirus. Mei tropeçou em um degráu e ali ficou vomitando, abeixei e segurei-a no ombro e corri mais e mais degráus acime, ouvi mais um disparo. Logo chegamos ao piso superior e Kevin chegou logo atrás em pánico.

- São muitos, não temos muito tempo!

Olhei ao redor e por um momento nada ví, quando ao bilho da luz de emergência consegui enxergar a maleta, deixei Mei com Kevin e corri pelo corredor e agarrei a maleta. Kevim e Mei vieram logo atrás, seguimos aos tropeços para a maior sala, entramos e fechamos a porta. A sala era grande e haviam diversas mesas espalhadas pelo ambiente, barras de ferro grossas encontravam-se no teto onde se alocavam as lâmpadas locais, o chão era liso e bem enceirado. Diversas mãos embaçavam o vidro da porta, estavamos encuralados, havia outra porta na outra extremidade da sala também fechada, com dezenas, centenas de mortos atrás dela esperando por um deslize qualquer para saborear nossa carne. Estava em estado de choque, sentei no chão e abri a maleta, haviam os mesmos dois frascos de antes. Vírus e antivírus. Verde e azul.

- Existe apenas uma dosagem... - disse com frieza.

A sala encheu-se de silêncio, Kevin não ousaria quebrá-lo. Mei era a única que possuía o direito de dizer algo e mesmo assim, a maleta havia sido descoberta por mim, era minha. Era minha escolha. Enquanto pensava Mei leu meus pensamentos e disse:

- Você a encontrou, é sua.

- Não é tão simples assim... Mei, você tem mais chances de sobreviver, e eu... eu sou uma inútil - disse com pesar.

- Não! Sem você estaríamos todos mortos.

Não havia muito tempo, em menos de meia centena de minutos Mei estaria morta e iria querer nossa carne como conforto. Não podia escolher tão facilmente, Mei salvou minha vida, não podia abandonar o Kevin e acima de tudo, não queria morrer, se é que pode-se chamar isso de morte.

Abri a maleta, segurei o antivirus e coloquei-o na seringa, enquanto realizava o processo começei a sentir o chão tremendo, o que seria? Ainda faltava mais de uma hora para a cidade ser higienizada. Prendi a respiração, pois sabia o que me aguardava. Em um segundo a porta foi arrancada e a criatura, aquela criatura de antes entrava na sala, tudo parecia ficar em câmera lenta e em um segundo eu sabia o que fazer. Corri até Kevin que estava paralizado de horror, e tomei-lhe a shotgun, pelas minhas contas ainda haveriam duas balas. Segurei Mei pelo braço e apliquei o antivirus e logo em seguida a arremessei com toda a força que tinha para debaixo de uma mesa, Mei deslizou exatamente como queria. Enquanto me movimentava a criatura entrava pela sala junto com a leva de mortos-vivos.

- Kevin! - Gritei

Kevin entendera exatamente o que queria, pegou a handgun e disparou contra os zumbis mais próximos, de baixo da mesa Mei disparava com sua TPM na criatura gigante distraindo-a. Peguei a shotgun, mirei na ponta esquerda da barra de ferro e atirei. Acertei em cheio, a barra deslocou-se com um tremendo barulho metálico, esquivei da barra me jogando ao chão e segurando a maleta, a barra acertou o peito da criatura rasgando-a ao meio, o chão encheu-se de sangue. Junto com ela mais dois zumbis sucumbiram ao ataque. Mais mortos entravam na sala, com a shotgun disparei contra eles meu último tiro e arremesei-os ao chão com o estrondo do disparo que me deixou surda.

- Agora! vamos! - Corri e peguei Mei pelo braço, podia notar que as órbitas negras já estavam se desfazendo - Kevin, vamos!

Corremos por meio as criaturas, Kevim batia contra os que se levantavam e dava para ouvir cada osso se quebrando: Crek, crek. Finalmente conseguimos sair para o corredor, subimos as escadas o mais rápido que podiamos, estava cansada. Nunca reparei quantos degráus haviam em cada lance como agora eu o fazia. Chegamos ao décimo quinto andar e ao olhar para trás via a horda de mortos subindo as escadas em frenesi. Tinha que ser rápida, e não havia outra escolha, já que de qualquer forma eu morreria.

- Kevim vai! Eu distraio eles.

- Não vamos te deixar! - Gritou Mei num soluço.

- Não há escolha, vão!

- Selly... - Repetiu Kevim com pesar.

Os mortos estavam próximos e queriam a nossa companhia, não havia tempo. Corri até Kevin e beijei-lhe a boca. Olhei para Mei com lágrimas nos olhos e disse:

- Se cuida.

Mei me puxou para junto de sí e beijou também minha boca, estava em choque. Além de morrer teria que conviver com o fato de minha alma ir para o inférno por sodomismo? Não importava, era bom. Eu amava tanto Kevin quanto Mei e tudo isso em tão pouco tempo, acho que enfim amamos mais facilmente quando dependemos das pessoas... Essa seria a famosa "humanidade"?

- Vão - Repeti ao vê-los correndo escadas acima, meus olhos lacrimejaram, mas afastei-as com as mãos, não era hora de lamúrias.

Arremessei a shotgun a cara de uns mortos que estavam mais próximos e corri em direção às salas que existiam no andar, centenas de mortos me seguiram e isso parecia mais um jogo do que minha vida em sí. Entrei na primeira sala à esquerda, ao entrar tranquei a porta. Era um escritório simples, a porta era de madeira e não aguentaria muito tempo, havia uma escrivaninha larga e pesada na cor tabaco, empurrei-a contra a porta, isso me daria mais alguns minutos. A sala não tinha mais do que três por três metros quadrados, na parede esquerda tinha um armário simples da mesma cor da escrivaninha. Encostei na parede e esperei a morte, algo nessa hora me remetia ao meu encontro com Kevin, era uma situação parecida, a diferença era que desta vez não haveria nenhum herói para me salvar.

Encostada na parede gélida ficava observando a maleta, vírus e antivirus, verde e azul. Enfim encontrei minha luz no fim do túnel.

[Fim]


terça-feira, 25 de agosto de 2009

[Capítulo 7] Despertar


Fui arremessada contra a parede com a enorme força da criatura,
bati a cabeça na parede e tudo ficou escuro.Estava envolvida por imagens aterrorizantes daquelas criaturas
que vinham atrás de mim e eu não conseguia correr para um lugar
seguro, corria pelas ruas desertas da cidade com apenas eu e a
legião de mortos querendo minha companhia. Virei uma esquina e
dei de cara com aquela criatura, aqueles olhos frios e negros,
aquelas garras… Despertei de meu torpor com um grito estridente
no qual eu mesma me assustei. Meu corpo doía, minha cabeça
girava como se eu estivesse de ressaca após uma noite de muita
bebedeira. Olhei ao meu redor e logo vi Kevin e Mei, ambos me
olhavam preocupados:

- Você está bem? – Perguntaram juntos e riram do sincronismo
não combinado.

Minha cabeça doía demais para responder, acenei com a cabeça.
Comecei a sentir lentamente uma dor em minha perna que parecia
aumentar cada vez mais, mais e mais. Coloquei as mãos sobre a
perna que doía e percebi que havia ali um torniquete que
provavelmente havia sido feito por Mei. Ao tirar a mão vi que
estava encharcada de sangue, havia perfurações em minha perna,
aquela criatura, sim, só pode ter sido ela.

- O que aconteceu? – Perguntei ainda com a mão sobre a cabeça.

- Selly – Pronunciou Kevin lentamente – Aquela criatura enorme
arremessou você contra à parede, sorte que estava por perto –
De repente seu rosto pareceu distante – Disparei contra a
criatura que largou você e veio em minha direção, desviei o
ataque dele e consegui pegar você e fugir para o piso inferior,
a criatura veio atrás de mim, mas por algum motivo parou de nos
perseguir. Estamos agora no laboratório do hospital trancamos a
porta, estamos seguros aqui, mas estamos presos. Os mortos
estão do lado de fora querendo entrar, precisamos pensar rápido
em como sair daqui, consegue andar Selly?

Acenei com a cabeça que ainda doía muito, tentei me colocar de
pé, mas precisei da ajuda de Kevin para não cair. O torniquete
estava deixando minha perna roxa, me perguntava quanto tempo
havia apagado. Caminhei com a ajuda de Kevin até o computador
principal e entrei no sistema, o mesmo estava corrompido devido
à queda de energia. Não conseguir acessar nada de importante,
comecei a vasculhar pastas e mais pastas que estavam nas
gavetas da escrivaninha quando notei uma gaveta trancada. O que
haveria em seu interior? Voltei minha atenção para Mei que
vomitava em um canto, ela estava mal e precisava do antivírus o
quanto antes ou seria impossível reverter o processo mais
tarde. Com minha lanterna bati contra a gaveta e arrebentei a
fechadura, joguei a gaveta no chão e comecei a vasculhar,
papeis e mais papeis, até que um me chamou a atenção:

“O T-Vírus é um vírus de RNA e DNA conjunto com 13 substâncias
protéticas adcionadas no código genético por Lord Spencer e
Edward Ashford. É capaz de converter mais 80 substâncias das
cadeias genêticas dos infectados. Isso garante:Resistência ou tolerância à dor, Prolongamento da expectativa
de vida, Funcionamento das partes vitais do cérebro (Locomoção,
visibilidade e diferenciação de objetos movéis e vivos,
necessidade de alimento igual a própria substância
constituinte.
Criado pela poderosa Umbrella Corporation, foi descoberto por
acaso quando cientistas tentavam descobrir um jeito de retardar
o envelhecimento, mas o vírus era mortal e matava as pessoas
entre 2 a 4 horas depois de seu contato (que se pode dar
atraves do ar, pela mordida ou arranhão de um infectado). O
T-Vírus mata a pessoa, ou caso ela ja esteja morta, ela
regenera todas as células do corpo, reanimando o cadáver, mas
apenas uma parte do sistema nervoso é re-ativado, a parte
responsável por se alimentar, tornando as pessoas infectadas
canibais. Sendo injetada em doses controladas, pode regenerar
células sem que mate a vítima curando deficiencias, até mesmo
feridas e sendo injetada diretamente no sangue causa mutação.
O T-Vírus foi desenvolvido por James Marcus a partir do
Progenitor Virus mais DNA de sanguessuga, mas essa primeira
forma do T-Vírus ainda não era estável. Então, em 1978, a
Umbrella descobre na África o vírus Ebola, capaz de matar o
infectado em alguns dias. Pensando na possível criação de uma
arma biológica, William Birkin e Albert Wesker combinam o Ebola
com o Progenitor Virus e utilizam o já desenvolvido T-Virus de
Marcus. O resultado é o T-Vírus, que gera novos estudos em
diferentes tipos de seres vivos até originar a criatura Tyrant,
a primeira grande arma biológica da Umbrella."

Ao acabar de ler estava perplexa, passei os documentos para
Kevin que leu atentamente. Sentei no chão com a certeza estava
infectada e pouco tempo estaria copmo a Mei e depois estaria
morta, teoricamente. Sentada ainda lembrei da maleta que
encontrei com os frascos, aquilo só podia ser o vírus e o
antivirus! Só podia ser!

- Kevin, quando você me achou eu estava com uma maleta? Onde
está a maleta? - Estava exasperada.

- Não vi maleta alguma Selly.

- Eu achei uma maleta com, provavelmente, o antivirus - Virei
para Mei e gritei - Mei, você vai ficar bem! Vamos ficar bem!
Mei virou para o lado e vomitou ainda mais. Estava péssima,
olheiras rochas formavam-se sob seus olhos e ela estava um
tanto quanto pálida. Estaria morrendo e se tranformando em um
zumbi?

- Provavelmente deve ter caido quando você foi arremessada
Selly, temos que conseguir recupera-lá, Mei precisa de ajuda.

- Como vamos sair daqui agora? Estamos cercados Kevin -
Resmungou Mei.

- Eu não sei, mas vamos conseguir! Você precisa ser forte
gatona! - Kevin deu um meio sorriso e Mei riu.

Vasculhamos a sala, mas não encontramos nada de útil, apenas
uma muleta na qual eu me apoiei para poder andar mais
facilmente, meu ferimento na perna já se estancara, retirei as
bandagens e Kevin fez um curativo. Estavamos com poucas balas
agora, Deus, por favor, nos ajude!





[Continua]

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

[Capítulo 6] Elevador

A grade caiu com um barulho que ecoou no chão da sala de cirurgia, Mei foi a primeira a entrar no tubo de ventilação, eu fui logo em seguida e Kevin por último dando cobertura. Mei se arrastava ora e outra resmungando consigo mesma, sua passagem era marcada por um rastro de sangue que ficava nas paredes do tubo de ventilação. Estava começando a ficar preocupada com a vida de Mei.
Ao rastejar pelos tubos passamos por diversas partes do edifício, pelas grades conseguíamos ver a quantidade daquelas criaturas que haviam ali embaixo, seria impossível ir caminhando. Depois de aproximadamente trinta minutos chegamos ao refeitório, olhando pelas grades conseguíamos ver cerca de três mortos-vivos, mas a visão era limitada da nossa posição. Mei retirou as grades e pulou descendo para o refeitório, ouvi alguns tiros e Mei gritou:

- Está limpo.

Saltei sobre uma mesa e logo em seguida Kevin pulou, havia alguns zumbis abatidos na sala. Andamos silenciosamente em direção ao elevador que estava com a porta travada. Kevin entrou em ação usando uma barra de ferro, tentando abrir a porta. Mei estava de cobertura ao final do cobertor e eu estava ao lado de Kevin.

- Kevin, mesmo que você abra a porta, como vamos descer?

- Nós vamos saltar pelas cordas – Respondeu.

- Hum, não sei porque, mas isso não me intimida mais! – Gargalhei.

Nesse instante Mei veio correndo e gritou:

- Kevin, abre essa porta logo, tem uma criatura enorme vindo!

Mei chegou e começou a dar várias bicudas na porta, o barulho ecoava pelo andar todo. Kevin estava desesperado agora e forçava a porta, e eu tentava mecher nos botões desesperadamente. Meio minuto depois avistamos a criatura, ela tinha cerca de três metros de altura, tinha olhos pelo corpo e uma garra enorme em uma das mãos, assim que a criatura nos avistou ela começou a caminhar mais rápido em nossa direção. Seu caminhar era silencioso e sua presença aterradora.

- Kevin! – Gritei.

Nesse instante ele conseguiu abrir a porta e tirou a camiseta rasgou-a em pedaços e lançou um para Mei e outro para mim. Seu corpo era grande e definido, e havia diversas cicatrizes em suas costas e abdome.

- Vai! – Gritou Kevin empurrando Mei para o buraco do elevador.

Mei saltou e segurou-se com o pano da camisa e foi deslizando pela corda, em seguida Kevin pulou e gritou para eu segui-lo, antes que eu pudesse pensar já estava na corda deslizando andares abaixo. Olhei para cima e vi a criatura passar as garras pela corda.

- Kevin! Mei! Pulem! – Enquanto gritava me balancei e pulei para uma das portas de andares abaixo e me segurei na beirada, Kevin e Mei fizeram o mesmo alguns andares abaixo. Estava cansada e sabia que não ia agüentar muito tempo, forcei e consegui me levantar e ficar na beirada da porta. Uma placa dizia que eu estava no primeiro andar do subsolo, Kevin estava um andar abaixo e Mei em outro abaixo. Forcei a porta e ela se abriu sem muitas dificuldades, gritei:

- Ké, Mei, consegui entrar! – Ao mesmo instante que gritava ambos conseguiram abrir as portas também.

- Selly, estamos quase no terceiro andar, espere ai que vou te buscar! – Disse Kevin.

- Não! Estou bem, vá procurar o antivírus pra Mei, eu já desço e encontro vocês! Não se preocupem comigo! – Ao dizer dei as costas e segui o corredor.

O corredor estava escuro, apenas algumas luzes estavam faiscando e iluminando ocasionalmente o ambiente, o final do corredor era uma terminação em T, para a esquerda encontrava-se a escada que levavam ao piso superior, para a direita levava para algumas alas hospitalares. Caminhei cautelosamente pelo corredor, atravessando silenciosamente as salas, avistei as escadas que iam para o piso inferior e sai correndo ao encontro delas o mais rápido que pude, de repente tudo ficou escuro.
Quando me dei por mim, estava jogada ao chão com um morto-vivo sobre mim. Lutava com todas minhas forças para arremessá-la para longe, mas eu não era tão forte. Ela tentava me morder e com minhas mãos eu afastava sua cabeça de meu corpo. Olhei para o lado e vi na porta de uma das salas uma tesoura caída no chão, junto com umas duas canetas, tentei apanhar a tesoura, mas estava longe demais. Agarrei a caneta e enfiei no olho da criatura que se afastou. Com um chute a joguei ao chão e agarrei a tesoura, tentei correr para a escada, mas ela estava bloqueando a passagem. Ela avançou novamente e com a tesoura fiz uma perfuração na sua jugular, segurei seu pescoço e arrastei a tesoura até o outro lado, puxei pelos cabelos e arranquei a cabeça dela e joguei em um canto distante. Eca.

- Vadia! – Falei com ódio.

Estava completamente suja do sangue dela, e nauseada. Antes de descer as escadas resolvi entrar na sala em que peguei a tesoura, pois quando estava no chão observei um porta retrato que me chamou a atenção. Era um escritório e havia algumas cadeiras ao chão e uma mesa virada. Um armário de madeira escura encontrava-se no canto esquerdo da sala. Caminhei lentamente pulando uma das cadeiras que estava obstruindo a passagem e agarrei o porta retrato que estava no chão e olhei a foto com atenção. Na foto havia uma legenda: “Dr. Henri Cristopher”, ele era loiro, usava óculos e tinha a pele muito clara. Caminhei em direção ao armário e o abri, havia diversas pastas, papeis virados, alguns vidros e uma maleta prata com senha. Por que alguém teria uma maleta com senha em seu armário? Agarrei a maleta e uma pasta com a legenda “Umbrella Corp.” e parti rumo às escadas.
Desci as escadas com pressa e parei nos últimos degraus e sentei, peguei a maleta e a coloquei em meu colo, precisava abri-la e descobrir o que havia em seu interior, comecei a girar os números e realizar diversas combinações, por sorte, como dizia meus professoras, eu tinha o dom para adentrar senhas e sistemas e em menos de vinte minutos abri a maleta. Nela havia uma pistola de ferro com alguns frascos verdes e azuis, o que era aquilo? Fechei a maleta e decidi ler a pasta em um lugar mais seguro. Terminei de descer as escadas. Segui o corredor correndo e virei à direita, meu corpo se estremeceu. Em minha frente estava aquela criatura que cortou os cabos do elevador, ela me olhou com um olhar sem expressões e deu um passo a frente.

[Continua]

quinta-feira, 30 de julho de 2009

[Capítulo 5] Sangue

Tinha apenas duas balas no gatilho, uma péssima pontaria e talvez alguma sorte. Minhas pernas tremiam e meu coração parecia pronto para um AVC, não havia tempo para abrir a porta magnética e muito menos coragem para encarar novamente aqueles cães monstruosos. Kevin pegava sua shotgun e apontava para a multidão de mortos-vivos que caminhavam em nossa direção, enquanto isso Mei recarregava sua TPM com suas últimas balas. Kevin já estava disparando tiros devastadores nos mortos-vivos, pedaços de carne voavam pelos ares e os mortos-vivos eram arremessados ao chão, Mei recarregou sua TPM e disparava tiros velozes nas criaturas mais próximas, que caiam no chão imóveis. Estava entorpecida pela situação, quando aquele pesadelo iria acabar? Silenciosamente um zumbi se levantou atrás de Mei, eu gritei, e ela se virou, mas era tarde de mais, a criatura agarrou Mei pelo braço e cerrou seus dentes em seu ombro arrancando um pedaço, Mei derrubou sua arma no chão e gritou de dor e raiva. Peguei minha handgun e disparei contra o zumbi que flanqueava Mei e acertei a bala em cheio no crânio espalhando miolos pelo chão e sobre Mei que me olhou agradecida e nem notou que outro morto-vivo estava próximo demais, apontei novamente minha arma para o zumbi e arremessei-o ao chão com um disparo perfeito, estava sem balas agora e meu coração batia: TUM, TUM.Kevin gritou:- Mei! Me dê cobertura, preciso recarregar!- Estou ficando sem balas Ké, são muitos! – Gritou Mei desesperada – Vamos sair daqui!Ainda haviam muitos zumbis vindo em nossa direção, olhei ao nosso redor planejando uma rota de fuga, havia escadas em uma outra extremidade da sala, a placa manchada de sangue no balcão principal dizia que as escadas levavam aos laboratórios. Enquanto pensava, Kevin e Mei já estavam disparando mais e mais tiros, o barulho dos disparos ecoava no hospital inteiro e isso não era nada bom…- Kevin! Mei! – Gritei – Vamos para os laboratórios! – Enquanto gritava me esquivei de um zumbi que tentou me agarrar – Kevin!Sai correndo pelo salão e logo estava nos primeiros degraus, Kevin venho logo em seguida seguido por Mei que lhe dava cobertura. Subimos as escadas aos pulos, enquanto Mei abatia os mortos mais próximos. Chegando ao topo da escada estávamos em um corredor largo, com diversas salas, o corredor estava sujo de sangue nas paredes e algumas janelas estavam quebradas, cacos de vidro estavam sobre o chão. Caminhamos exasperados pelo corredor, Mei estava na defensiva, ocasionalmente disparando alguns tiros. Viramos o corredor à direita e entramos em uma sala grande, ao entrar Kevin fechou a porta e colocou alguns equipamentos médicos em frente à porta criando uma barreira entre eles e nós. Estávamos agora em uma sala de cirurgia, a sala era muito grande, tinha aproximadamente uns dez metros quadrados, cheias de macas e mesas de cirurgia, uma parede de vidro escuro estava na outra extremidade da sala, era o tipo de vidro que poderíamos ver tudo que se passava do outro lado sem sermos vistos. Mei estava sangrando e resmungando sobre sua mordida, corri e comecei a buscar nas gavetas algum kit de primeiros socorros, achei gazes, esparadrapos e um pouco de álcool. Limpei a ferida aos xingos de Mei, a mordida foi profunda, pouco mais teria atingido o nervo e eu estava preocupada, pois o ferimento não se estancava. Limpei o local e apliquei um curativo que em poucos segundos já estava encharcado de sangue.- Obrigado Selly – Disse Mei – E valeu pelos miolos de morto em minha cara – Ela deu seu famoso meio sorriso.- Eu particularmente acho que você fica mais sexy assim! – Ao repetir as palavras dela dei uma gargalhada, não era tão cool. Mei riu.Kevin se aproximou lentamente, os passos dele ecoando pela sala silenciosa.- Selly, precisamos chegar logo ao topo do prédio, você tem alguma idéia? – Pronunciou Kevin com tom de seriedade – E precisamos conseguir um antivírus para Mei, você sabe o que acontece quando uma pessoa é contaminada Selly? – Kevin deu uma pausa e continuou quando acenei com a cabeça que não – Ela se torna um morto-vivo também, em média o processo dura aproximadamente duas horas Selly, temos que conseguir o antivírus logo e sair daqui, ok?Coloquei-me de pé em um segundo – Ok Kevin, vamos logo procurar! Esse hospital provavelmente tem uma ala específica que trata disso, temos que conseguir um mapa do hospital, vou checar se encontro algo nos sistemas daqui, minha colega de quarto já ficou internada aqui um tempo, conheço alguns andares do edifício – Me afastei e caminhei rumo ao computador que ficava no outro lado da sala em frente à parede de vidro.Digitei algumas senhas e rapidamente quebrei o código de acesso, ainda bem que estudava na faculdade ao invés de ir no bar como todo mundo, a sala até me esnobava e me chamava de nerd, mas quem estava vivo agora? Senti vergonha do meu pensamento egoísta.Continuei a digitar e consegui adentrar no sistema e logo achar a planta do prédio, o laboratório ficava no terceiro andar no subsolo, e havia uma rota simples a ser traçada. Havia túneis de ventilação que circulavam todo o prédio, poderíamos passar por dentre eles até o refeitório e pegar o elevador até o andar do laboratório, seria mais tranqüilo e muito mais seguro. Já tinha tudo planejado em minha mente. Quando desliguei o computador vi um vulto passando atrás de mim, vire assustada e um zumbi caminhava lentamente diante ao vidro escuro e virou no próximo corredor sem me ver por causa do vidro. Voltei a respirar. Caminhei até onde Kevin e Mei conversavam:- Tenho sei balas de Shotgun e duas caixas de 9mm – disse Kevin – Estou começando a ficar preocupado.- Tenho duas granadas, 20 balas de TPM, uma caixa e meia de 9mm e um rifle carregado com 12 balas – Continuou Mei – Acho que se evitarmos conflitos podemos sobreviver.Sentei no chão com eles, peguei um pedaço de papel e comecei a explicar o trajeto, ambos observavam atentamente e isso me motivava.- Saída pelo tubo de ar, atravessamos o refeitório e chagamos aos laboratórios, entendi! – Repetiu Kevin.- Espero não virar comida nesse refeitório – Disse Mei com sarcasmo.E juntos empilhamos as mesas e retiramos as grades do tubo de ventilação.



[Continua]

sexta-feira, 24 de julho de 2009

[Capítulo 4] Complicações

Em menos de um segundo estaria morta caso aquela criatura encostasse um dedo se quer em mim, eu vira exatamente o que aconteceu com a garota que foi pega por ele em uma rua próxima, estava com tanto medo que não conseguia me mecher. A criatura saltou com as garras na direção de Kevin, temia por sua vida mais do que por minha mesma, um borrão vermelho ofuscou minha visão. Mei saltou do alto da escada e com um movimento rápido e preciso deu uma bicuda com seu All Star Vermelho na cara da criatura arremessando-a para um dos bancos mais próximos. A criatura caiu com um baque estrondoso.

- Me deve uma baby! – Disse Mei olhando para a cara de espanto de Kevin – Gatinho assustado – Completou com um meio sorriso, ela era cool demais para dar um sorriso inteiro.

Mei olhou novamente para a criatura e sacou sua metralhadora TPM e começou a descarregar balas em cima da criatura, as balas acertavam o alvo em cheio, mas não havia sinal de que a criatura estava se ferindo. O licker pulou em cima da Mei que desviou e correu escada acima, a criatura foi atrás correndo mais rápido que um tigre, Mei deu largou sua TPM no chão e correu o mais rápido que podia e saltou do 1° andar para o térreo caindo em cima do púlpito da igreja e correndo o mais rápido que podia. A criatura estava preparando-se para saltar novamente sobre nós quando Mei com uma gargalhada apertou um detonador que estava em seu bolso. Cacos de vidro coloridos voaram sobre nós, nos jogamos ao chão para escapar dos estilhaços, fiquei surda de um ouvido por causa do barulho da explosão e ao levantar percebi que estava cheia de respingos de sangre da criatura. Mei andou calmamente até o local que deixou sua remote mine, pegou sua TPM e colocou-a de volta em suas costas e voltou ao nosso encontro.

- Ai ai Kevin, não posso deixar você sozinho um minuto se quer que você já se encrenca – Risos – Temos que sair logo dessa cidade , preciso de um banho. Vamos para o hospital pegar o helicóptero do cara lá.

- Explosiva como sempre heim, Mei, obrigado! Te devo uma – Disse Kevin.

- Gente, não quero atrapalhar a reunião de amigos, mas estou cheia de sangue de alien e preciso de um banho e roupas limpas – Disse levantando-me e cruzando os braços.

- Ha ha ha – Começou Mei repetindo cada sílaba pausadamente – Princesa, temos que dar o fora daqui o quanto antes, temos – Mei olhou no relógio – 3 horas e meia para dar o fora daqui, você toma banho depois ok! – Agora Mei deu um sorriso inteiro, incrível como sua expressão mudou do rebelde ao angelical, talvez seja esse o motivo do meio sorriso – Eu particularmente acho que você fica mais sexy assim! Hahaha.

- Palhaça! Haha – Disse gargalhando – Vamos então! – Ao pronunciar as palavras saí caminhando em direção à porta

- É melhor vazarmos mesmo, o barulho vai atrair os mortos-vivos, obrigado Mei! – E dei um sorriso em conjunto com dois tapinhas nas costas de Mei.

Abri a porta pesada da igreja e caminhamos rumo ao hospital, era uma caminhada curta, chegaríamos em menos de meia hora. Estava apreensiva.
Caminhamos em silêncio todo o percurso até que conseguíamos avistar o prédio do hospital da cidade, avistamos no caminho alguns mortos-vivos, mas eles não haviam nos visto, alias, um viu, mas como estávamos com pressa andamos rápido e deixamos ele várias ruas para trás.
No caminho teríamos que atravessar uma praça para chegar à entrada principal do hospital, adentramos na praça com cautela, Kevin e Mei estavam mais ariscos com o ambiente escuro e prestavam atenção em todos os sons existentes. Caminhamos ao som de nossos passos quebrando pequenos gravetos e folhas secas, até que Kevin parou de repente e fez sinal de silêncio com um dedo sobre a boca. Peguei minha handgun e tirei sua trava de segurança, fiquei ouvindo por um bom tempo o som da minha respiração e de meu coração acelerado, a respiração de Kevin estava forte, conseguia escutá-la mesmo estando a 2 metros de distância dele. Ouvi um barulho vindo de trás de uma árvore e apontei o lugar para Kevin e Mei, Kevin segurou firme sua handgun e ficou atento, mei pegou sua TPM e deu sinal para Kevin avisando que estava lhe dando cobertura. Kevin deu um passo e ao som de folhas secas ouvi um rosnado, um cachorro pulou em cima de Kevin derrubando-o no chão, Kevin pegou sua faca, mas Mei foi mais rápida e disparou com sua metralhadora no cachorro que foi arremessado para longe. Ele estava deformado, tinha partes de seus ossos à mostra e não tinha pêlos, apenas carne e músculos, mal tive tempo de respirar quando mais um cachorro pulou em minha direção, disparei contra ele, mas errei os dois tiros, Kevin arremessou sua faca no crânio do cachorro e acertou em cheio, o cão caiu com um baque surdo devido as folhas que cercavam o chão. Ouvi mais rosnados em diversos pontos, estavam nos cercando! Corri para perto de Kevin e Mei e alertei-os e juntos corremos para o hospital da cidade. Enquanto corríamos cerca de dez cachorros deformados correram atrás de nós, atravessamos a praça e estávamos no asfalto da rua, chegamos à porta do hospital, trancada! Mei com sua metralhadora abatia um por um dos cachorros, havia mais quatro deles atravessando a rua, Kevin tentava desesperadamente quebrar o código de segurança da porta eletrônica e eu mirava inutilmente contra os cães e desperdiçava minhas balas uma por uma. Mei ficou sem munição ao abater outro cachorro, e gritou por ajuda.

- Deixe comigo Kevin, vai ajudar a Mei! – Gritei - Vai!

Kevin pegou uma shotgun e disparava contra os cachorros, enquanto isso eu estava tentando decifrar aqueles códigos binários da porta do hospital enquanto ouvia tiros poderosos sendo disparados atrás de mim, me concentrei e comecei a aplicar minha técnica, digitava sequências de números intercaladas como uma louca quando finalmente a porta abriu.

- Mei, Kevin! – Gritei.

Eles correram para dentro e quando o último cachorro estava quase saltando porta adentro, fechei a porta e senti aquela força monstruosa da criatura que quase me empurrou para o chão, girei a manivela e acionei a trava eletrônica. Agachei no batente da porta sem ar, apreciando meu momento de paz.

- Selly… - Ouvi a voz de Mei me chamando.

Quando olhei em direção à ela reparei que o hall de entrada do hospital estava completamente destruído, havia uma moça retalhada na recepção com marcas de garras em sua barriga e tripas ao chão. O cenário era terrível, mas não era a real complicação, pude sentir na voz de Mei. Quando dei por mim já estava de pé com a arma apontada para dezenas de mortos-vivos que caminhavam com os braços estendidos em nossa direção.














[Continua]

quarta-feira, 24 de junho de 2009

[Capítulo 3] Mei Yonako

 

Kevin Correu pelo corredor quase tropeçando sobre o tapete vermelho, ele virou o corredor e subiu as escadas que levavam ao piso superior. Corri atrás dele, quando cheguei ao topo da escada a porta que Kevin havia passado havia se fechado com baque silencioso. Abri a porta, mas não encontrei nenhum sinal de Kevin. Ele sumira.

- Kevin? – Chamei inutilmente seu nome – Kevin, onde você está?

Atravessei a porta e caminhei pelo corredor indo em direção de uma outra escada. A iluminação era fraca, uns poucos candelabros estavam dispostos a cada metro e meio e iluminavam o ambiente com sua luz fantasmagórica, peguei a handgun que Kevin havia deixado comigo e a apontei para frente de meu corpo em estado de alerta. Dei dois passos em direção à escada quando ouvi um barulho estranho, como se alguma coisa tivesse sido arremessada ao chão, me encolhi de pavor, mas continuei subindo as escadas, chegando ao topo da escada ouvi novamente um barulho similar, ele vinha da sala mais próxima, engoli seco e caminhei até a sala, parei um segundo com a mão na maçaneta dourada da porta e em um movimento violento escancarei a porta e apontem a arma para o ser que se mexia no interior da sala.

- Heey, calmae! – Gritou - Abaixa essa arma, estou de boa aqui – Disse a garota levantando os braços e depois pegando o lampião e levando-o à sua cabeça para que eu pudesse ver sua face – Não estou infectada, sou policial e estou esperando meu parceiro Kevin.

Respirei fundo.

- Você deve ser a Mei, certo? Meu nome é Selly, estou com o Kevin, ele está pela igreja te procurando – dei uma pausa – Ele acha que você está em apuros – acrescentei.

Ela deu um meio sorriso – Certo gata! O Kevin anda exasperado como sempre. Vamos encontrar ele, descobri algumas coisas interessantes.

Mei saiu andando na frente, era impossível não olhar para ela, Ela era linda, tinha cabelos curtos bem escuros com pontas repicadas que davam um ar de “moderno” nela e combinavam com seus olhos castanhos com os cantos repuxados. Ela era alta e tinha a pele bem clara, usava uma calça jeans preta bem justa e uma regata preta que revelava uma tatuagem em formato de estrela no seu ombro esquerdo, o contraste em seu estilo era o All Star vermelho de cano médio que ela vestia por cima das calças. Mei andava rápido e com potência, como uma modelo desfilando em uma passarela. Descemos as escadas ate chegar ao hall da igreja.

- Mas que droga! – exclamou Mei furiosa – Vocês mecheram em meu notebook?

O notebook de Mei estava apagado sobre o mesmo banco de madeira escura. O que teria desligado o computador? Será que a bateria havia acabado? Olhei ao redor procurando por algo e notei que havia uma vidraça da igreja aberta, o espaço era suficiente para que um humano entrasse na capela.

- Mei, acho que alguém entrou aqui. Não estamos sozinhas – Disse apontando para a vidraça escancarada – Pegue seu computador, acho melhor acharmos logo o Kevin e darmos o fora daqui!

Mei fez uma expressão de pânico, agarrou seu notebook e tacou-o em sua mochila preta junto com o bloco de anotações e colou a mochila nas costas. Ela partiu subindo as escadas chamando pelo nome de Kevin, sem resposta. Estava começando a ficar preocupada.

- Selly, vamos nos separar. Eu cubro o andar de cima, e você cobre esse andar – Mei estava séria, sua voz era ríspida – Tome cuidado e qualquer coisa grite. Falou – Mei se despediu com uma piscadela de um olho só e um meio sorriso, ela era cool demais para usar um sorriso inteiro.

Peguei minha handgun e segure-a firme, atravessei uma porta de ferro pesada e entrei em outro corredor. O piso era de madeira e rangia a cada passo meu. O som estava me distraindo. No final do corredor havia outras duas portas, qual delas Kevin estaria? Continuei andando e adentrei pela porta da direita, era um aposento que provavelmente pertencera ao padre residente da capela. O cômodo era espaçoso, havia uma cama kingsize no meio do quarto e diversos guarda-roupas pelas paredes, uma grande estante continha varios livros, todos arrumados perfeitamente por ordem de tamanho, cor e assunto. Havia alguns papéis jogados sobre a cama, peguei-os com a mão esquerda e mantinha a mão direita com a arma apontada para a porta. Entre os papeis havia alguns jornais e um documento impresso. O jornal era recente, continha notícias sobre o incidente em Raccoon City, mortos-vivos e suspeita de atentado terrorista. Passei para o próximo documento e um trecho me chamou a atenção:

“New York City – 19 de Setembro

Senhor Vinicius temos outra missão pra você, compareça à colméia no terceiro andar do subsolo encontra-se a sala de controle geral, desligue toda a comunicação externa de Raccoon com o mundo. A Cidade será higienizada em 24 horas. Enviaremos um helicóptero para buscar você às 03:45 am no alto do hospital da cidade.

                                                                             Verônica.”

Então era isso, o padre Vinicius estava envolvido no incidente de Raccoon e pior, a cidade deixaria de existir em – olhei no relógio – apenas 4 horas, precisava encontrar Kevin e Mei e informar tudo. Precisavamos escapar desse pesadelo o quanto antes! Dobrei o papel e guardei no bolso do jeans e corri rumo ao corredor, quando de repente notei que a maçaneta da porta estava se mechendo, ela girava lentamente em sentido horário. Peguei minha arma e esperei pronta para atirar quando notei que era Kevin.

- Onde o senhorito estava? – Resmunguei brava – Descobri algumas coisas, precisamos dar o fora.

- Certo

Kevin foi pego de tão surpresa pela minha avalanche de perguntas que nem teve tempo de responder. Em um segundo estavamos descendo as escadas rumo ao hall e em mais um segundo estavamos parados no hall, Kevin com o telefone na mão.

- Mei? Alô! Mei você está me ouvindo? – Kevin resmungava sem resposta – Droga!

- A comunicação de Raccoon foi cortada – Explicava – Encontrei um e-mail que foi envia…

Parei de falar e de respirar, Kevin notou e olhou para o alto das escadas. Uma criatura do tamanho de um cavalo estava se esgueirando pelos degráus e olhando atentamente para nós. Eu não conseguia me mover nem um centímeto se quer, minhas mãos tremiam e parecia que não havia forças para se quer apertar o gatilho. A criatura tinha a pele com texturas de couro avermelhado, patas grandes como de leões e três garras do tamanho de facas de churrasco em cada uma das patas. Sua cabeça estava com o cerebro à mostra e em sua boca existiam duas fileras de dentes medonhos e afiados por onde sua língua passava mais de meio metro fora da boca.

- Ke-vin é o mesmo que vimos na rua…

Kevin não respondeu, ele não tinha reação. Estavamos imobilizados de medo enquando o mostro esgueirava passo por passo em nossa direção. Eu não podia ficar parada, tinha que agir! Peguei a pistola e apontei firmemente para ele e descarreguei o pente de balas. Errei os dois primeiros tiros acertando o piso da escada, mas os outros tiros foram em cheio. Um na cabeça, dois no peito e um em uma das patas. A criatura nem se quer demonstrou ter sentido as balas, olhei para o lado e Kevin tinha voltado a sí e sacado sua handgun, mas era tarde demais. A criatura saltou sobre nós, a sombra que ela causava contra a luz tampou minha visão e a única coisa que consegui ver foi um borrão vermelho na altura de minha cabeça.

LICKER

 

[Continua]